
“Livro sentimental, e de exageradas águas: dilúvio, lábios, tempestades, torrentes que batem nas janelas como se fossem portas a lembrar de quem desejamos. Os versos sinalizam: ela se excita com pouco. A poesia sempre foi o mínimo.” – Fabrício Carpinejar.
"Nunca acreditei na poesia classificada por classe social, gênero, raça, cor, religião. Acredito nos bons e maus poetas. Mas percebo que uma coisa não exclui a outra. Ninguém fala de lugar nenhum. É a nossa segunda pele, nossas digitais. A poesia de Lorena deixa claro uma alma feminina, um contínuo viajar num mar sensorial de perfumes, pequenos gestos, sabores, detalhes, interiores. A mulher sente mais. A mulher sente muito. E sente com o corpo. E sente pelos poros. E isso é o tempo todo expresso por Lorena." – Chacal
Leia um poema de Água para viagem
(da sutileza dos poros,
a imersão)
sugiro um mergulho
ou a cáustica fotografia
de meus retalhos
desmesurados
à tua esquina.
sugiro-me assim,
distante.
dos faróis que flertam
com meus insultos olhos,
bebo a metade.
salivo teores
insones
temo voltar.
eu vejo,
cansado
e calado claustro,
o desespero:
diante da porta,
visto
e guardo chuvas.
cansado
e calado claustro,
o desespero:
diante da porta,
visto
e guardo chuvas.
Água para viagem será lançado na terça-feira, 31 de maio, a partir das 19h, na Livraria da Travessa Leblon, num evento que marca também o lançamento da revista Lado 7 e dos livros Uma cerveja no dilúvio, de Afonso Henriques Neto; Relógio de pulso, de Ana Guadalupe; Sessentopéia, de Charles Peixoto; Ramerrão, de Ismar Tirelli Neto e da segunda edição de A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora, de Gregorio Duvivier.
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