Quando você sai,
a vida pede um tempo
vai ao banheiro
toma café, e volta
quando você vem.
Clara de Góes
Leia dois poemas de A vida pede um tempo:
o costume da casa
ante-sala de coisa nenhuma.
O desejo não limpa os pés no tapete.
Chafurda na lama,
deita,
rola
e o rastro é ruim de apagar.
*
Numa caixinha de metal
meu coração virou cristale irradia cores a cada
anoitecer. Um arco-íris dança na janela.
Pode-se ver o pote de ouro oscilando entre
gotinhas de orvalho e um gnomo obsceno
que espalha moedas a sua volta.
A menina dorme. Os cabelos voltam à cabeça
e o olhar, aos olhos dela.
Está pálida e ausente mas os cabelos
estão lá e o olhar e o gato.
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